Daily Archives: 17/01/2012

Tensão anestesiada

Em sua mente despretensiosa, pensava ela ser o perambular dos impulsos o desembrulhar de um regalo de Natal. Com seus membros flectidos, moldando-se ao semblante do objeto único de sua voluptuosidade oculta, ela seria capaz de descartar toda a parafernália materialista que via como frivolidade.

Punhos desfeitos em mãos suaves, braços descruzados em um amplexo acalentado, mente despreocupada dos percalços da voracidade do tempo… a paz sensorial, a indiferença quanto às intempéries retornáveis da vida. Ela tinha a doçura ao dançar dos dedos e a modéstia em cada palavra. Enfim, ela tinha a felicidade diante de si, aproveitada com cada milésimo de segundo vivido.

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