“Le sens d’écrit”

Como há de se tornar profano o que almeja ser benquisto,

quem da neutralidade no silêncio vê-se farto,

há de mourejar, eterno; e há de definhar, enfermo!

E se se perpetuar em papéis, telas ou vozes,

por prosseguir com braço em riste à cônjuge cegueira,

é certo que será solitário o conjunto de seus espólios.

.

Diria o sábio, no caso de um adágio de máxima destreza,

que, se não funesto, seria um modo de findar tal fado

talhar livre de remorso os cifrões amaldiçoados

de que se munem a ira, o júbilo e a escravidão;

Pautando-se, pois, na direção dos próprios cílios,

é que seria escrita livremente a vida poetiza.

Posted on 12/09/2012, in Portuguese, Verse. Bookmark the permalink. Leave a comment.

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