Daily Archives: 31/10/2012

A dona da névoa

Chiste minucioso, a faroleira dos fogos-fátuos
Despejava caldeirões de lábios borbulhantes
Clamavam as rugas matutinas do seu rosto
Por mais daquelas ondas irrisórias de inocência,
Mais daquele excitado fulgor, cadente de vitória.
A perversa enguia em águas turvas,
De prolixas viagens ao centro das almas…
(almas masculinas que choram o nada que são)

Ela se aprumava e se coloria, fazia-se cândida,
Medida e codificada, como o passeio de um projétil triste,
Embora vingativa e suplicada.

É, a brincadeira de dar aos olhos de outrem o invisível
E cobrar adiante a fiança violentamente…
Obra dela, meu amigo, é preciso ter cuidado!
Ouça o que digo, ouça o que digo…